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Tenente acusada de torturar e matar aluno em curso prático do Corpo de Bombeiros em Mato Grosso será ouvida em abril


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A tenente do Corpo de Bombeiros acusada da morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, Izadora Ledur de Souza Dechamps, vai ser ouvida no dia 16 de abril pelo juiz Wladymir Perri, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, às 13h30.

A tenente será ouvida mais de dois anos após a morte do aluno, registrada em novembro de 2016. Ela apresentou diversos atestados médicos, adiando a audiência por algumas vezes.

Ela também ficou afastada do trabalho desde que Rodrigo morreu, alegando problemas de saúde.

Izadora Ledur voltou a trabalhar em janeiro deste ano, dois meses antes de completar dois anos de afastamento supostamente para evitar ser aposentada por invalidez.

Rodrigo Claro morreu depois de passar mal durante um treinamento aquático dos bombeiros, atividade coordenada pela tenente, que era a instrutora do curso.

A tenente responde criminalmente pela morte do aluno e foi monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Em outubro de 2017, ela conseguiu na Justiça o direito de suspender o monitoramento eletrônico, com a retirada do equipamento.

A ação que tramita na Justiça, de autoria do Ministério Público Estadual (MPE), tem a tenente como ré pelo crime de tortura. Além dela, outros cinco militares dos bombeiros foram denunciados.

Durante o período afastada, Ledur tentou por duas vezes ser promovida para capitã, o que foi negado pela corporação.

Morte após treinamento

Rodrigo morreu no dia 15 de novembro, após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios.

“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso ”, como consta na denúncia.

Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.

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